
O que uma empresa precisa ter para realizar o transporte de medicamentos?
Bons processos logísticos são fundamentais para garantir a segurança e a preservação de produtos. Isso se torna ainda mais importante quando falamos do transporte de medicamentos, que precisam de cuidados especiais nos processos.
Não é qualquer provedor logístico que pode cuidar dos volumes de uma farmacêutica. Há uma série de restrições e necessidades específicas que garantem a preservação do patrimônio e, principalmente, a chegada segura ao consumidor.
Do transporte ao manuseio, há alguns detalhes importantes que devem ser considerados. Que tal saber mais sobre essa importante vertente da logística especializada? Saiba o que uma empresa precisa para realizar o transporte de medicamentos!
1. Sistema de transporte especializado
O transporte é uma das etapas mais importantes dentro do processo logístico. Nesse momento, o produto é retirado de seu local de armazenamento, geralmente seguro, para chegar até o distribuidor ou consumidor.
Essa etapa exige que as condições de deslocamento não mudem a conservação dos medicamentos de forma drástica. Isso poderia gerar danos irreparáveis, que naturalmente causariam a inutilização dos produtos. Na prática, as consequências vêm em forma de enormes prejuízos financeiros para as farmacêuticas.
Não há dúvidas de que no transporte é fundamental providenciar todos os cuidados básicos para preservar os medicamentos. Isso começa pela busca por uma empresa de logística especializada, já que ela terá todos os recursos para realizar o transporte de medicamentos adequadamente.
Dos veículos com o aparato adequado às rotas mais eficazes, tudo deve ser acompanhado de perto para preservar a carga. A seguir, entenda melhor quais elementos essenciais devem ser observados no sistema de transporte.
1.1. Veículos adequados
Um transporte seguro depende, primeiramente, de veículos que estejam preparados para levar os medicamentos. Além de questões mais básicas e intuitivas como conservação do automóvel, é importante garantir que ele acomode toda a carga do modo certo.
Isso vai além do espaço interno: um dos pontos mais importantes é a climatização do interior do veículo, onde os produtos ficarão durante o trajeto. Temperatura e umidade devem estar devidamente controladas, sempre considerando as regras da Anvisa em relação ao transporte de medicamentos.
Só assim é possível levar a carga do estoque ao distribuidor com a garantia de que os produtos chegarão em condições de uso. Para isso, é importante seguir os parâmetros — fazendo medições prévias da temperatura e da umidade, ainda no estoque, pelo menos três vezes durante o dia.
Essa medição prévia servirá para ter a média de temperatura e umidade ideais a serem mantidas na viagem, no interior do compartimento em que os produtos estiverem. Além disso, é crucial transportar dentro de isopores capazes de manter os medicamentos conservados na temperatura ideal.
1.2. Planejamento das rotas
As rotas têm um impacto direto no planejamento do transporte de medicamentos. Afinal, o tempo de viagem pode ser prejudicial para as condições de conservação e é preciso contar com imprevistos que podem acontecer no trajeto. Como qualquer outro tipo de logística, a de medicamentos exige planejamento sólido.
Nesse processo é importante contar com bons recursos tecnológicos, como sistemas em GPS e planejadores de rota automáticos. Ademais, a logística de medicamentos depende do suporte de softwares de apoio para que o trânsito do armazenamento até o destino seja o mais breve e seguro possível.
Entre as bases de planejamento de rota, há três mais importantes: distância, período de viagem e rotas. Entenda melhor quais devem ser as preocupações em cada uma delas e como é necessário pensar nas soluções adequadas.
1.2.1. Distância
A distância tem impacto direto no planejamento da viagem, uma vez que ela influencia no tempo em que esses medicamentos estarão longe do estoque. É preciso sempre avaliar a quantos quilômetros fica o destino, a fim de, então, planejar de forma certeira tudo o que é necessário para alocar os produtos da melhor maneira.
Detalhes da distância também são importantes para que o motorista e quem estiver na equipe logística planejem paradas obrigatórias — grandes distâncias demandam descanso e a necessidade de abastecimento. No entanto, nesses períodos, o veículo desligado pode representar a perda da climatização adequada para a carga.
A transportadora de remédios deve avaliar essa distância e entender a necessidade de solicitar mais de um motorista na viagem. Dessa forma, longas paradas de descanso não precisariam ser feitas. Contudo, essas estratégias devem ser estudadas antecipadamente.
1.2.2. Duração
A duração da viagem também tem impacto nos medicamentos. Basicamente, determinada distância terá um tempo de trajeto associado a ela. Isso é comum e deve ser observado primeiramente. Todavia, há fatores que podem influenciar esse tempo, muitas vezes tornando a duração ainda maior do que o normal.
Dependendo das rodovias e das estradas, especialmente as que cortam áreas urbanas, o trânsito é algo que deve ser considerado. Engarrafamentos atrasam o planejamento e fazem com que os medicamentos fiquem expostos. Por conta disso, o estudo deve considerar esses fatores das viagens que fogem do comum.
Pegar rotas alternativas é uma opção, mas que também é uma decisão que deve ser feita considerando a duração da viagem. Um segundo trajeto fugindo do trânsito é interessante, desde que ao final ele não aumente excessivamente esse tempo de chegada ao destino.
1.2.3. Riscos
Não é segredo que a segurança nas estradas do Brasil é um problema crítico e que tem causado, além de muitos prejuízos, o risco à integridade física dos motoristas. Só no último levantamento anual, em 2017, mais de R$ 1,5 bilhão foram perdidos em roubos.
Além dos crimes, há também a conservação ruim das estradas, outra questão bem conhecida por empresas que cuidam do transporte de produtos farmacêuticos. Se o veículo sofre um problema técnico por conta da pista ruim, isso impacta diretamente a conservação da carga.
Em outra situação, buracos na estrada, além de outros problemas do tipo, são fatores que atrapalham muito a condução segura de frascos, principalmente os de vidros. Por mais que nem sempre haja opção, é preciso pensar em como driblar essas questões que expõem o transporte a riscos.
1.3. Monitoramento da carga
Ainda falando sobre segurança, o monitoramento das cargas é indispensável para a logística do transporte de medicamentos. Esse é um recurso que garante padrões de segurança e de controle em tempo real, algo fundamental a cargas de risco.
Esse acompanhamento é, inclusive, uma das boas práticas de transporte de medicamentos que a Anvisa recomenda. Nesses padrões, são fiscalizados o modo de transporte, a movimentação constante do veículo e a entrega ao destinatário.
Cabe à empresa responsável definir práticas que se alinhem a essas exigências. Isso significa, na prática, ter um sistema eficiente de monitoramento, algo que já é possível encontrar de forma acessível. Ele permite acompanhar o deslocamento dos veículos, rastreá-los e ter um feedback completo sobre a viagem realizada.
Ter essa visualização em tempo real ajuda também a detectar desvios de rota e atitudes fora do padrão por parte dos motoristas. Nesses casos, um contato imediato é feito para entender o que está acontecendo. Muitas vezes isso ajuda a identificar roubos de carga — o que explica caminhos diferentes das rotas traçadas.
Além de permitir o controle integral das viagens, o monitoramento também é um recurso de suporte ao motorista. Ele passa a viajar com a ajuda de uma central de controle, tendo também um mecanismo de segurança melhor.
1.4. Gestão de estoque
O estoque também é uma preocupação de quem faz o transporte de medicamentos. Isso acontece no momento antes da viagem, quando o produto já chegou à empresa de logística, mas ela ainda aguarda pela ordem de expedição.
Esse tempo pode variar, o que não significa que os medicamentos ficarão sem o devido armazenamento adequado. É fundamental que as empresas respeitem as recomendações, considerando temperatura e outras questões do tipo.
Além disso, remédios precisam ficar sempre isolados de volumes de outra natureza, evitando riscos de contaminação. É importante também restringir ao máximo o acesso ao estoque em que essa carga estiver. Isso garante que só funcionários autorizados e cientes das melhores práticas manuseiem a carga com restrições.
2. Embalagens adequadas
No transporte de medicamentos, uma preocupação de grande importância está relacionada à embalagem desses produtos. Ainda que seja algo básico, já que é dessa maneira que chegam ao consumidor, é preciso pensar também em como protegem o remédio durante o período de transporte.
A proteção vai além de garantir a integridade da fórmula do medicamento. Uma embalagem eficaz mantém comprimidos e líquidos intactos nessas viagens. Afinal, ainda que os melhores métodos de direção sejam aplicados por motoristas, sempre há o impacto natural de algo que está em movimento no veículo.
Ao chegar às trasportadoras, os medicamentos estarão nas embalagens recomendadas para o transporte. Nesse caso, é fundamental ter atenção às restrições que elas trazem impressas. São orientações que ajudam os trabalhadores a saber como manusear e como posicionar o material dentro dos carros.
Cada lote de medicamentos exige um tipo de cuidado específico no manuseio — o que é bem comum —, muitas vezes em um mesmo volume. Toda orientação deve ser respeitada para garantir que a carga chegue intacta no seu destino.
2.1 Escolha da embalagem
A indústria farmacêutica tem algumas bases que a direcionam na hora de escolher a melhor embalagem para os medicamentos. Entre elas, estão a conservação, a proteção e o prolongamento da vida útil dos remédios. Por conta disso, é indispensável respeitar a maneira como os produtos vêm de fábrica.
Há três tipos de embalagens usadas pelas farmacêuticas: primária, secundária e terciária. Elas funcionam como camadas, para atender a essas bases necessárias para a conservação dos produtos. A seguir, entenda a função de cada uma delas.
2.1.1. Primária
A embalagem primária é aquela que tem contato direto com o produto, ou seja, envolvendo-o. No caso dos comprimidos, a maioria vem em cartelas de alumínio. Medicamentos líquidos vêm, geralmente, em frascos de vidro. São os primeiros recursos de proteção do remédio, impedindo o contato com superfícies ou pessoas.
2.1.2. Secundária
A embalagem secundária é aquela em que os medicamentos chegam até o consumidor, ou seja, elas envolvem a embalagem primária. Na maioria dos casos são caixas de papelão. Ao encontrar os produtos em farmácias, a embalagem secundária é o que protege a primeira camada do contato com o ambiente externo.
2.1.3. Terciária
A embalagem terciária é a que tem maior impacto e requer mais atenção das empresas de logística farmacêutica. São grandes caixas que abrigam os lotes de cargas de medicamentos, ou seja, trazem as embalagens secundárias dentro delas.
É muito comum que as embalagens terciárias sejam caixas comuns de papelão reforçado em camadas e, dentro delas, há várias unidades do medicamento. A proposta das terciárias é justamente garantir o transporte adequado, dando a segurança física que os remédios precisam.
É também nas embalagens terciárias que as equipes de logística verificam as recomendações de manuseio das cargas. As empresas devem ter todo cuidado com essas caixas, respeitando as informações contidas nelas.
2.2. Processo de embalagem
Todo esse processo de embalagem é, naturalmente, de responsabilidade das empresas farmacêuticas. Elas usam padrões estabelecidos para que o medicamento não sofra nenhum tipo de contaminação. Além disso, as embalagens precisam de proteção para que cheguem intactas ao consumidor.
Às empresas de transporte de medicamentos, cabe respeitar a embalagem do jeito que elas vêm de fábrica. Em hipótese alguma devem ser abertas, tendo em vista que isso pode colocar em risco a preservação do medicamento. Afinal, como já foi mencionado, para cada lote de remédio recebido, houve um procedimento bem definido para as embalagens.
Interferir nisso é violar uma prática que segue à risca a metodologia segura e recomendada pela Anvisa. No entanto, reforçar essa proteção pode ser uma necessidade verificada em algumas situações.
De acordo com o espaço no veículo e também com o estado das caixas — especialmente as terciárias —, a transportadora pode identificar essa demanda. Assim, devem ser respeitadas primeiramente as instruções de fábrica e, após isso, um contato com a farmacêutica colabora no reforço das embalagens terciárias. Ainda que isso atrase um pouco a logística, é uma garantia de que a carga chegará intacta ao destino.
3. Funcionários bem preparados
O transporte de medicamentos é um segmento logístico complexo e, como você está vendo ao longo deste conteúdo, repleto de cuidados. Por ser bastante específico e ter muitas exigências é natural que isso se reflita na forma de trabalho — os colaboradores precisam estar prontos para tantos detalhes!
Ter funcionários bem preparados é uma das principais preocupações que as transportadoras devem ter. Isso garante que os parâmetros de segurança e preservação da carga sejam mantidos em todas as etapas, do preparo ao transporte. São muitos envolvidos, então, cada um deles deve conhecer a fundo as orientações.
Uma empresa que é 100% focada no segmento de logística farmacêutica deve se preocupar com a adequação de colaboradores às exigências. No recrutamento, buscar quem tem experiências anteriores pode ser uma boa saída. No entanto, as transportadoras também devem se dispor a preparar a sua equipe.
No trabalho de transporte de medicamentos, é papel das empresas instruir, treinar e qualificar seus colaboradores para que eles estejam prontos a lidar com as cargas. Isso garante competitividade no mercado, que será simplesmente resultado de bons métodos aplicados em uma atividade cuidadosa e feita com sucesso.
A seguir, entenda melhor por que é preciso ter colaboradores bem preparados e de que forma é possível chegar a essa condição.
3.1. Treinamento para o correto manuseio da carga
O manuseio de carga é um dos pontos que mais exige atenção na logística. O processo começa na chegada do medicamento no ponto de carga do veículo. Lá, todas as caixas são colocadas dentro do compartimento, respeitando a área disponibilizada. É preciso dispor a carga de modo que o espaço seja otimizado.
Nessa etapa, o colaborador deve ter o máximo de cuidado possível, agindo dentro de alguns parâmetros básicos de manuseio. A empresa deve prestar todo suporte para que ele trabalhe da forma certa e isso passa por treinamentos básicos. Geralmente, essas orientações acontecem no período de integração.
Novos funcionários precisam ter algumas aulas para que sejam orientados das melhores técnicas, dos equipamentos de apoio e de como manusear os volumes. O treinamento é o que vai garantir o serviço logístico qualificado que, naturalmente, passa pela preservação dos produtos manuseados.
As diferentes cargas de transporte de medicamentos se apresentam com restrições próprias. Algumas, por exemplo as que os frascos são de vidro, demandam cuidados maiores e são marcadas como frágeis. Tudo isso impacta o manuseio do colaborador, por isso ele deve passar pelas instruções técnicas especializadas.
3.2. Treinamento para o transporte da carga
O transporte dos medicamentos é outra etapa igualmente importante e tema central deste conteúdo. Por mais que pareça uma atividade simples, ela também demanda recomendações importantes aos motoristas. Afinal, a direção deve ser conduzida de acordo com o nível de fragilidade dos medicamentos, a fim de protegê-los.
Trata-se de um treinamento comum para a condução de cargas que precisam de cuidados específicos. Motoristas devem estar atentos não só na direção, mas também em questões relacionadas às rotas que eles fazem. Problemas nas estradas, como você viu, têm impacto direto na conservação dos medicamentos.
Assim como é feito com o processo de manuseio, motoristas também devem passar por treinamentos específicos para a condução de cargas frágeis. No entanto, essas aulas devem ter o direcionamento exato para medicamentos. Isso garante o cumprimento de padrões de controle e qualidade exigidos pela Anvisa.
Motoristas bem instruídos são capazes de, mesmo diante de grandes trajetos, trabalhar de forma responsável na condução da carga até o destino. Eles são uma peça-chave na logística farmacêutica, já que passam a maior parte do tempo em posse dos medicamentos. Logo, o treinamento garante que o remédio chegue adequado ao consumidor.
3.3. Assistência farmacêutica
Outra exigência muito plausível e recomendável é em relação à presença de um profissional farmacêutico dentro da empresa de transporte de medicamentos. Por ser um especialista da área, essa pessoa estará pronta para dar todo o suporte que a logística precisar em qualquer etapa do trabalho.
A chancela do farmacêutico é uma das garantias de que o medicamento será preservado da melhor forma. Seu trabalho é importante em alguns momentos como:
- checagem das condições de armazenamento em estoque;
- checagem das condições de transporte do medicamento;
- suporte na tomada de decisões no manuseio das cargas;
- fiscalização dos métodos de manuseio dos medicamentos;
- consultoria na implementação de novas práticas;
- garantia da conservação adequada do medicamento em todas as etapas logísticas.
O transporte de medicamentos é um segmento logístico que exige muitos cuidados e, mesmo com as restrições da Anvisa e da legislação, pode ser complicado lidar com remédios sem um especialista. Às empresas, é altamente recomendável, além de treinar seus colaboradores, contar com um farmacêutico experiente.
4. Conhecimento e exercício da legislação
As empresas aqui envolvidas trabalham com grande responsabilidade em sua atividade, visto que medicamentos têm impacto direto na saúde dos consumidores. O transporte é apenas parte do processo de chegada às farmácias, porém, sem respeitar os padrões de conservação, as consequências geradas são sérias.
A Anvisa é a responsável geral por fiscalizar e publicar as regras necessárias para que essas empresas logísticas especializadas exerçam suas atividades. Há um documento técnico que só ela pode emitir, chamado de Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE).
Além dele, há também a Autorização Especial (AE), documento que é emitido para as transportadoras que desejam trabalhar com remédios que demandam controles especiais e mais rígidos. Só com essas autorizações é possível exercer essa atividade dentro da regulamentação obrigatória.
Outras obrigações específicas da Anvisa têm relação direta com a forma como o transporte é feito. Para conduzir esses medicamentos, as empresas de logística precisam ter práticas e documentos bem específicos.
4.1. Portaria 1052/98
Essa portaria é responsável por definir quais são os documentos necessários e obrigatórios para o transporte dos medicamentos. Eles devem ser devidamente emitidos e estar de posse do condutor da carga durante todo o trajeto.
4.2. RDC 329/99
Já essa resolução trata mais de procedimentos internos. A sua função é determinar o roteiro de inspeção obrigatório de todos os parâmetros de segurança, alocação e manuseio dos medicamentos nos processos logísticos. As empresas devem respeitá-lo em cada momento que prepararem um envio.
O transporte de medicamentos é baseado em boas práticas, profissionais qualificados e todo cuidado técnico necessário nesse segmento. Com as dicas deste conteúdo é possível ter uma rotina segura e que garanta à empresa logística a qualificação que o mercado tanto exige.
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