Confira as regras da ANVISA para o transporte de medicamentos
As transportadoras de cargas têm uma série de exigências a serem cumpridas. Contudo, alguns tipos de produtos demandam um cuidado um pouco maior do que outros. É o caso das regras da ANVISA para o transporte de medicamentos. Elas são bastante específicas e diferentes das normas gerais, aplicáveis aos itens “comuns”.
Como gestor de logística de uma distribuidora ou fabricante do setor farmacêutico, é seu dever conhecer todas essas especificações a fim de avaliar melhor a qualidade dos serviços prestados pela transportadora contratada.
Se você ainda tem dúvidas sobre o assunto, este artigo vai ajudar bastante. Nele, eu vou falar sobre as regras que devem ser consideradas no transporte de medicamentos, qual é a importância de segui-las e quais são as empresas que estão aptas a prestar esse tipo de serviço. Ao final, ainda darei algumas dicas de cuidados para você adotar na rotina da sua empresa e exigir do parceiro logístico. Confira!
Como funcionam as regras da ANVISA para o transporte de medicamentos?
A ANVISA é o órgão que regulamenta todas as questões relacionadas à preservação de boas condições sanitárias. Isso envolve diferentes pontos, tais como os cuidados com limpeza de estabelecimentos, prevenção de pragas e conservação adequada de alimentos e insumos.
No que diz respeito aos medicamentos, o papel da agência é estabelecer e fiscalizar os parâmetros a serem seguidos para que eles mantenham sua efetividade e não ofereçam riscos de contaminação. Para alcançar esses objetivos, as principais orientações serão explicadas a seguir.
Manutenção da temperatura adequada
O ponto mais crítico do transporte de medicamentos é a manutenção da temperatura adequada ao longo de todo o caminho, desde a sua fabricação até o seu uso. A transportadora responsável deve atentar, em especial, para dois momentos muito importantes que fazem parte de suas atribuições, como veremos abaixo.
No estoque
O armazenamento dos medicamentos deve seguir as orientações específicas de cada tipo. Existem alguns que demandam local seco e ao abrigo da luz; outros precisam estar sob refrigeração constante a uma determinada temperatura, como é o caso das vacinas. Independentemente de quais forem esses tipos, a empresa precisa estar preparada para recebê-los e mantê-los nas condições necessárias até que sejam entregues.
Por isso, é fundamental que seus armazéns contem com câmaras refrigeradas além das prateleiras comuns aos demais tipos de produtos. Essas câmaras devem manter a temperatura estável e estarem ligadas a um gerador de energia que garanta a manutenção de seu funcionamento em caso de uma queda no fornecimento normal.
Durante o transporte
De nada adianta manter os medicamentos a salvo nas câmaras se os veículos utilizados no transporte não conseguirem dar prosseguimento nesses cuidados. Por isso, é essencial que a empresa tenha uma frota de veículos com refrigeração, que sustente a temperatura baixa durante todo o trajeto.
Um ponto de atenção muito importante nesse quesito é que imprevistos podem surgir em qualquer parte da rota traçada, atrasando o prazo da entrega dos medicamentos. O sistema de refrigeração do veículo deve estar apto a aguentar esse acréscimo de tempo e garantir a integridade dos produtos.
Treinamento dos funcionários
Além das questões de infraestrutura mencionadas no tópico anterior, é preciso lembrar que toda empresa é feita de pessoas. O fator humano é um ponto relevante do cumprimento das regras da ANVISA para o transporte de medicamentos, pois esses indivíduos estarão em contato direto com os produtos e precisam agir de forma segura. Entre as orientações acerca disso, listarei as três que mais se destacam.
Manuseio correto
O manuseio dos medicamentos é um momento delicado, pois gera diferentes riscos, tais como:
- contaminação do medicamento;
- contaminação da pessoa que o está manipulando;
- perda do controle da temperatura;
- rompimento ou quebra de um recipiente.
Por isso é tão importante realizar um treinamento específico sobre a forma correta de lidar com cada tipo de produto. Alguns não podem ser chacoalhados, outros demandam o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) mais específicos e cada substância tem suas particularidades que precisam ser conhecidas e respeitadas por toda a equipe envolvida.
Armazenamento adequado
Assim como no manuseio, a adequação no armazenamento varia conforme o medicamento em questão. O treinamento da equipe deve abordar esses cuidados e ajudar cada um dos profissionais a identificar corretamente os símbolos presentes nas embalagens. Eles determinam os cuidados a serem tomados e orientações sobre o transporte e armazenamento.
Em comparação a outros tipos de produtos, esses símbolos são semelhantes aos sinais de “este lado para cima” ou de “frágil”. Contudo, aqui, são voltados para o tipo de substância presente naquela embalagem e os riscos que ela oferece se não for armazenada devidamente.
Cuidados no trajeto
Por fim, todo funcionário envolvido no transporte de medicamentos deve saber quais são os cuidados que precisam ter durante o caminho até o destino. Em geral, são orientações semelhantes aos cuidados no manuseio, mas o agravante está no fato da presença do movimento realizado pelo veículo.
Essas pessoas precisam estar preparadas para agir de acordo com imprevistos. Se houver um engarrafamento na rota inicial, isso vai afetar a qualidade da entrega? É necessário buscar uma alternativa, ou é possível atrasar algumas horas? Os medicamentos mais sensíveis estão bem seguros caso a estrada tenha muitos buraco? Questões como essas precisam ser respondidas de imediato.
Assistência farmacêutica
A assistência farmacêutica é a garantia que o contratante tem de que alguém capacitado está cuidando de todos os detalhes. Esse profissional é o responsável por verificar todos os tipos de medicamentos que estão sendo transportados e armazenados para definir quais são as condições que a empresa precisa oferecer para manter a integridade desses produtos — desde o recebimento até a entrega.
O farmacêutico ajuda a elaborar os conteúdos dos treinamentos, orienta os funcionários nas questões do cotidiano e ajuda a manter em dia a organização com suas obrigações frente à ANVISA e demais órgãos regulamentadores da área da saúde.
Manutenção e troca de gelo
Em alguns tipos de medicamentos, o transporte é realizado em caixas de isopor ou material térmico similar, e precisa do uso de gelo para a conservação da temperatura ideal durante o trajeto. É um recurso muito utilizado para pequenas distâncias e demandas mais urgentes. Entretanto, nesse percurso pode ser necessário fazer a troca do gelo.
Nem todas as transportadoras são habilitadas a realizar esse procedimento, que deve ser acordado no ato da contratação dos serviços. Ele só pode ser feito em ambiente refrigerado e sob a assistência do farmacêutico responsável, pois apresenta riscos à integridade das substâncias em questão.
Qual a importância de transportar corretamente os medicamentos?
As regras da ANVISA para o transporte de medicamentos visam proporcionar a segurança do processo e a integridade dos itens transportados no momento de seu uso. Contudo, quero destacar aqui alguns pontos de extrema relevância para o assunto que justificam o cuidado na escolha da empresa transportadora. Confira!
Manuseio correto de cada tipo de medicamento
O manuseio indevido de certos tipos e medicamentos — principalmente os termolábeis — pode causar a perda de suas propriedades, gerando ineficiência do princípio ativo e desperdício da unidade produzida. Ou seja, prejuízo para o faturamento e para o negócio, sem falar nos riscos de contaminação que podem gerar problemas de saúde nas pessoas e ainda mais gastos com indenizações e reparações de danos.
Ao contar com uma empresa parceira responsável e de confiança, você tem a segurança de que as boas práticas e as exigências legais e normativas estão sendo seguidas corretamente. Isso traz mais tranquilidade para você, como gestor, e contribui com a qualidade das entregas realizadas aos seus clientes. É um valor a agregar em seus contratos e um diferencial a explorar no mercado.
Entrega nos prazos necessários
O cumprimento de prazos no ramo da saúde tem um impacto muito maior do que em outros setores. Quando compramos uma roupa, sapato ou eletrônico pela internet, o máximo que um atraso pode causar é chateação e frustração por parte do cliente. No entanto, quando um medicamento é entregue fora do prazo, é uma vida que está sendo colocada em risco. Pode parecer pesado, mas é a realidade!
Como responsável pela distribuição de vacinas e remédios de maior sensibilidade, é sua responsabilidade garantir o cumprimento das datas e horários preestabelecidos. E não há como fazer isso sem contar com uma transportadora de confiança. Ela deve estar preparada para agir em casos de emergências, para lidar com imprevistos e para manter a qualidade e a integridade dos seus medicamentos, até que cheguem aos pacientes.
Garantia de preservação da efetividade do medicamento
O mais importante de tudo é que apenas o transporte realizado de acordo com as exigências da ANVISA garante a preservação da efetividade dos medicamentos. Lembrando que os cuidados começam muito antes de as caixas serem embarcadas nos caminhões, motos ou aviões. Toda a infraestrutura da transportadora deve estar preparada para atender à demanda com qualidade e segurança.
Uma distribuidora que segue todas as recomendações de armazenamento e transporte de medicamentos e assegura isso em seus fornecedores e parceiros, ganha em qualidade e confiabilidade perante seus clientes. A sua empresa pode se tornar uma importante referência na entrega de medicamentos e se destacar das demais no mercado.
Quem está autorizado a transportar medicações?
Como era de se esperar, apenas as empresas que cumprem as exigências da ANVISA estão autorizadas a realizar o transporte de medicamentos. A própria agência faz a fiscalização de forma preventiva ou mediante denúncia. Porém, as transportadoras que desejarem ingressar nesse ramo, podem obter certificações conforme os tipos de produtos que pretendem transportar.
Para isso, é preciso entrar com um pedido junto ao órgão e garantir o atendimento dos requisitos citados neste artigo, entre outros. Ao total a empresa pode obter até 5 certificações relacionadas a esse tipo de produto. Cada uma delas tem suas obrigatoriedades e atende a categorias específicas de medicamentos.
Quais são os cuidados necessários ao fazer esse tipo de transporte?
O atendimento às regras da ANVISA para o transporte de medicamentos é um requisito importante para a escolha de uma transportadora de confiança, mas existem outros cuidados que merecem destaque. Por isso, separei os principais para detalhar logo abaixo.
Fazer uma gestão de estoque eficiente
A gestão de estoque é uma atividade que depende de uma boa sintonia entre a distribuidora e a empresa de transportes. Isso é fundamental, pois os medicamentos são produtos mais sensíveis a mudanças na temperatura, luz e outros fatores ambientais. Ambas as partes precisam oferecer condições favoráveis ao longo de todo o processo.
Os responsáveis pela logística de cada parte devem estar em comunicação direta e clara. Todas as transações devem ser realizadas mediante um planejamento que preveja detalhes sobre datas, horários e tipos de itens que serão transportados.
Nessas horas, faz toda a diferença contar com um parceiro com experiência no mercado. Essa colaboração é fundamental para que os prazos sejam negociados de forma mais precisa, atendendo às necessidades da distribuidora, da transportadora e do cliente final ao mesmo tempo.
Garantir a capacitação dos profissionais envolvidos
Com saúde não se brinca e no transporte de medicamentos não há espaço para erros. Por isso, a capacitação dos profissionais é de extrema importância — a começar pelo acompanhamento de ao menos um farmacêutico. Conforme o tamanho da empresa, o recomendado é contar com uma equipe mais extensa, que consiga cobrir melhor a demanda rotineira.
Além deles, todos os funcionários que atuarão no processo devem ser orientados de forma mais específica. Acomodar caixas de vacinas em um caminhão refrigerado é muito diferente de carregar uma carreta com eletrônicos, por exemplo. Existem cuidados diferenciados que precisam ser respeitados, a fim de garantir tanto a segurança do funcionário quanto a integridade dos medicamentos.
Cada cargo deve receber treinamentos gerais e específicos. Os motoristas precisam saber quais são os limites de velocidade e qual é o nível de sensibilidade à movimentação da carga que está levando. Os seus auxiliares, por sua vez, devem conhecer todos os EPIs obrigatórios para manusear as caixas no desembarque, entre outras situações.
Ter veículos refrigerados
Como já mencionei ao longo do post, muitos medicamentos necessitam de refrigeração para se manterem eficazes. É o caso das ampolas de insulina, utilizadas por pacientes com diabetes. Temperaturas acima de um determinado grau afetam os princípios ativos dessas substâncias, que perdem a sua funcionalidade e devem ser descartadas.
Em alguns casos, o uso de medicamentos que foram mal-acondicionados pode até mesmo gerar problemas à saúde do paciente. O material pode sofrer uma contaminação ou ter o desenvolvimento de um microrganismo indevidamente por causa da variação na temperatura.
Casos assim são extremamente perigosos e por esse motivo a transportadora deve contar com uma boa frota de veículos refrigerados. Eles devem estar em bom estado e passar por manutenções preventivas com regularidade. Por isso, antes de fechar um contrato, conheça esses carros e veja se eles são adequados para o tipo de medicamento que a sua empresa vende.
Gerenciar as rotas de forma precisa
O gerenciamento das rotas é um fator que tem uma relevância maior para o transporte de medicamentos do que na maioria das demais transportações de produtos. Isso acontece porque a carga é mais sensível e não pode sofrer grandes atrasos ou utilizar estradas muito danificadas.
Imagine um caminhão carregado de ampolas sensíveis chacoalhando em uma via cheia de buracos e desnivelamentos: boa parte dessa carga se perderia no caminho. Logo, para evitar transtornos dessa natureza, algumas ações preventivas são de grande valia, como você verá a seguir.
Evitar vias e horários mais congestionados
Os horários de picos das grandes cidades são um problema e tanto para quem está todos os dias nas ruas. Chegar atrasado no trabalho ou na escola são situações ruins, que geram insatisfações e podem prejudicar a carreira ou as notas do boletim. Contudo, com os medicamentos a questão pode ser, literalmente, de vida ou morte. Estamos falando de pessoas que dependem daquela entrega no prazo para manter sua saúde.
É claro que os casos mais extremos são menos frequentes, mas, de toda forma, existe uma infinidade de produtos que precisam estar constantemente em estoque e o atraso na entrega se torna algo muito grave. Por isso, o planejamento das rotas deve ser muito mais cuidadoso e preciso.
O ideal é evitar que as viagens sejam realizadas durante os horários de pico. Neles o excesso de veículos causa muita lentidão, além de uma frequência mais alta de pequenas batidas. Também é interessante preferir vias menos congestionadas, mesmo em horários de menor movimento. O foco nesse quesito é planejar a entrega de forma que ela chegue antes do prazo final, com uma boa margem de sobra.
Utilizar o meio de transporte mais adequado
O meio de transporte escolhido para cada entrega também influencia bastante. Caminhões refrigerados para medicamentos que demandam isso é o mais comum, mas nada impede que o transporte seja realizado por motos ou carros comuns, utilizando caixas térmicas e gelo a fim de garantir a manutenção da temperatura.
Outro meio de transporte muito eficiente em casos de urgência são os aviões. Os medicamentos podem ser levados em segurança e seguindo todas as orientações da ANVISA no compartimento de cargas das aeronaves. Essa alternativa permite que um lote que levaria cerca de uma semana para atravessar o país faça isso em apenas algumas horas.
Ter um plano de contingência
Por fim, é imprescindível ter um “plano B”. Imprevistos acontecem a todo momento e o parceiro que você escolher para transportar os seus medicamentos deve estar preparado para lidar com isso. Por mais segura e tranquila que seja uma rota, uma chuva repentina consegue alagar uma via no caminho, ou um acidente pode interditar um trecho que seria utilizado. Diante dessas circunstâncias, então, é preciso saber o que será feito.
Como essas situações não emitem um aviso prévio, o ideal é que a empresa tenha alternativas sempre prontas para as situações mais prováveis. O conhecimento variado das rotas e o uso de diferentes modais de transporte são um ponto bastante positivo — eles ajudam na tomada rápida de decisão em um momento crítico.
Rastrear a carga em tempo real
O rastreamento da carga deixou de ser um diferencial das transportadoras para se tornar um item de necessidade básica, em primeiro lugar, por causa da insegurança nas estradas. Infelizmente, quadrilhas especializadas em roubo de carga atuam em rodovias de todo o país e representam um risco aos profissionais e um grande prejuízo às empresas donas dos produtos e do veículo assaltado.
Com a ajuda do rastreamento, é possível identificar alterações na rota planejada instantaneamente. Caso o motorista não tenha indicado essa mudança, esse pode ser um sinal de que a carga está sendo desviada. Com essas informações a empresa pode acionar a polícia e o seguro, a fim de evitar o pior e reaver todos os bens.
Além disso, essa é uma garantia de segurança para os funcionários e de minimização de perdas tanto para quem contrata o serviço de transporte quanto para a própria transportadora. Assim, esse quesito deve estar entre as exigências mínimas a serem cumpridas na avaliação das propostas de fornecedores.
Qual a importância de contar com uma transportadora de confiança?
Depois de conhecer todos os cuidados que precisam ser tomados e as consequências de ignorá-los, fica fácil perceber que a escolha da transportadora certa é um fator-chave para o sucesso do seu negócio, não é mesmo? Portanto, muita atenção na hora de avaliar suas opções de parceria para não acabar se arrependendo mais tarde.
Um bom começo é verificar quais são as certificações da ANVISA que a empresa tem. Aquelas que apresentam todas as cinco — como explicamos anteriormente —, tal como a Atento Express, estão preparadas para transportar qualquer tipo de medicamento. Sendo assim, mesmo que a sua distribuidora tenha a intenção de ampliar a distribuição no futuro, não será necessário ir em busca de uma nova parceria.
Como você pôde ver, as regras da ANVISA para o transporte de medicamentos são rigorosas, mas também muito importantes para a garantia da qualidade dos produtos até sua chegada ao destino. Como distribuidor, é seu dever proporcionar isso aos seus clientes, por meio da contratação de uma transportadora confiável e responsável. Então, não perca tempo e avalie agora mesmo se as observações que fiz neste artigo estão sendo cumpridas por seus parceiros atuais.
Gostou do conteúdo e quer se aprofundar ainda mais no assunto? Que tal conhecer mais detalhes sobre os requisitos que uma transportadora precisa atender para ser considerada de confiança? Confira o que uma empresa precisa ter para realizar o transporte de medicamentos!
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